Deus criou o homem em perfeição, mas o pecado, o destituiu desta excelência, logo a tendência humana é deturpar o que é perfeito. Deus criou o homem como senso da razão, ou seja, capaz de tomar decisões. O pecado faz o homem tentar subjugar Deus a sua razão, ou prescindir Dele. Com isso o ser criado se afasta do criador. A rebeldia humana se manifesta tanto em atos como em palavras.
A palavra é a “porta” de saída do coração
Um homem obstinado de coração proferirá palavras rebeldes, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12:34). Para reconhecer a autoridade de alguém é preciso que primeiro se entre em contato com este alguém; caso contrário, jamais obedecerá. O simples ouvir uma mensagem sobre obediência é totalmente ineficaz. É preciso que haja um encontro com Deus, então a compreensão da autoridade de Deus será estabelecida em sua vida. Só Deus pode fazê-lo (Tg 3:8). Geralmente a rebeldia de um homem se expressa através de sua língua. Se há ou não obediência do coração é fácil de perceber pelas palavras que saem da boca de uma pessoa.
A rebeldia está intimamente ligada à carne
Diferentemente do imã as pessoas semelhantes se atraem. Uma pessoa naturalmente se ligará àqueles que são iguais a ela e se comunicará com aqueles que têm a mesma natureza de pensamento. O rebelde e o carnal andam juntos. Deus os considera igualmente perniciosos. O rebelde e o carnal são tão nocivos e obstinados que não têm medo de difamar, injuriar as pessoas ou até mesmo a Deus. Todos os rebeldes têm problemas com suas bocas, pois não podem controlar suas palavras.
Deus repreende os rebeldes
Leia 2 Pedro 2.12: “Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição.” Será que pode haver palavras de repreensão mais fortes na Bíblia do que estas que se encontram aqui? Por que somos tão insensíveis? Uma vez que a autoridade constitui a coisa mais importante de toda a Bíblia, rebelar-se contra ela constitui o mais grave dos pecados. Nossa boca não deveria falar inadvertidamente. Tão logo travamos conhecimento com Deus nossa boca deveria sofrer restrições; não deveríamos nos atrever a replicar às autoridades.
As dificuldades na igreja geralmente derivam de palavras injuriosas
O falar imprudente é o grande responsável pela quebra da união da igreja. Provavelmente a maioria das dificuldades na igreja de hoje se devem principalmente às palavras injuriosas. Se os membros de uma igreja cristã forem cuidadosos ao usarem a fala, evitarão grandes distúrbios “congregacionais”. “Acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” (Tiago 3.11) Não deveriam sair dos mesmos lábios palavras de amor e palavras injuriosas. Que Deus purifique os nossos lábios como aconteceu com o Profeta Isaias em Is 6:6-7 e não só os lábios, mas também o nosso coração.
A injuria tem origem na razão
Datã e Abirão tinham razões aparentemente fortes contra a pessoa de Moisés; responderam a Moisés dizendo: “Nem tão pouco nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos destes campos e vinhas em herança; pensas que lançarás pós aos olhos destes homens?” (vers.14) O que queriam dizer era que seus olhos podiam ver mais claramente a aparência da terra se estivessem lá. Quanto mais raciocinavam, mais razões tinham para desconfiar que Moisés não fosse quem parecia ser. A razão humana não nos permite crer nas ações de Deus, e sim nas que estão ao nosso alcance, pois limitam a nossa visão não nos permitindo ver o “além” de Deus. Um sociólogo certa vez afirmou que o saber teológico tem a sua epistemologia própria e, com base nela, pode ser considerado incomensurável com o saber científico (e suas razões). Como prova disso basta pensar que a teologia cristã assenta na revelação, um fato incapaz de prova científica As pessoas governadas por este mundo vivem segundo a razão. Onde está, então, a diferença entre nós e o povo do mundo?
“Eu sou o Senhor vosso Deus” - Eis a razão
Em Levítico 18-22, cada vez que Deus ordena certas coisas ao povo de Israel, introduz a frase: “Eu sou o Senhor vosso Deus.” Esta nem sequer é antecedida pela conjunção “pois”. Significa: “Falei assim porque sou o Senhor vosso Deus. Eu não preciso apresentar minhas razões. Eu, o Senhor, sou a razão.”Se você entender isto jamais terá desejo de dizer a Deus: “Ainda que no passado eu tenha vivido pela mente e pela razão, agora me inclino e te adoro; qualquer coisa que tenhas feito é suficiente para mim, porque foste tu que o fizeste.”
Argumentar com Deus implica que Deus necessita obter nosso consentimento para tudo que faz. Isto é loucura consumada. Onde então fica a diferença entre o oleiro e o barro? Será que o oleiro precisa pedir consentimento ao barro para fazer seu trabalho? Que o glorioso aparecimento do Senhor ponha um fim a toda nossa argumentação.