sábado, 16 de abril de 2011

Deus Deixa Marcas


Texto: Jó 1:3; 1: 9-12; 2:9

Introdução:

O mundo é mau, dizem alguns erradamente. O mundo não é mau. O mundo é bom, o Universo esta doente, cativo pelo pecado de Adão que ecoando em toda a humanidade aprisionou a natureza.

Quando Satanás comparece diante de Deus, nosso Senhor testifica sobre a retidão de Jó, ao que o diabo retruca: “Se Deus dá tudo a ele, o cerca, o mima....Fácil é amar...Jó ama ao que Deus lhe dá e não ao próprio Deus doador. Jó se apega a Ti pelo que podes dar a ele, por interesse e não por amor filial.

Há nesse diálogo sinistro aspecto que nos passam despercebidos a uma primeira leitura:

1) O diabo observava Jó, conhecia-o.
2) Entretanto, Deus também conhecia Jó. Sabia de suas virtudes, de sua humanidade também.
3) Maravilhoso é saber que quando o Bom e Eterno Deus deixa o diabo tentar Jó, Deus em seu saber eterno sabia que Jó tinha todas as condições de não só suportar a prova como de ser aprovado, ou seja, sair vitorioso, ou seja, num grau de espiritualidade ainda mais profundo com Deus.

Muitos livros e filmes modernos tomam a atitude cínica de mostrar Deus e o diabo num jogo eterno, e nós humanos como peças num tabuleiro, descartáveis e inúteis diante desses jogadores.

Lições aprendemos com a Vida de Jó?

1. O livro de Jó retrata a Deus conhecendo Jó intimamente, sabedor de tudo o que ele tinha, de seus limites e de sua espiritualidade. Apesar de toda a benção que Jó recebera, de sua vida devota, Deus sabia que ele poderia avançar ainda mais no mundo espiritual, e para isso bastava a Deus fazer uma simples mudança de atitude para com Jó.

Em meio às “tempestades” espirituais que se abateram sobre ele, seu espírito cresceu, seu coração se abriu, sua percepção de Deus aumentou, sua intimidade aumentou. E para alcançar esses valores eternos, Jó teve que passar por uma prova passageira onde seus bens e saúde foram tirados. Mas o resultado eterno estava garantido em Deus.

2. O Senhor permitiu a Jó um momentâneo padecer que resultaria em bem eterno, em galardão dentro dessa vida e na vida eterna, uma maturidade espiritual que acompanharia Jó nesta vida e na eterna.

Lembram-se do que Jesus nos ensinou a respeito da pérola preciosa: (Mt13:45-46) O homem que encontra uma pérola muito preciosa, vende tudo o que tem e a compra. Devemos estar tão imbuídos de valores espirituais a ponto de achar lucro perder tudo, qualquer coisa para adquirir o bem maior que “dura” por toda a eternidade, que nem a traça nem a ferrugem corrompem que é Cristo “formado” dentro de meu espírito...O alcance da estatura de homem perfeito, o reflexo perfeito da glória de Deus em meu ser..Cristo vivendo em mim. “Se um olho te impede de entrar no Reino, arranca-o”.

Estamos dispostos a deixar Deus nos podar, poda essa que pode ser dolorosa e frustrante, para uma vez limpos, a perfeição de Deus se manifestar em nós? Dói porque desde que Adão pecou e quebrou a harmonia entre nós e o Universo espiritual, toda evolução, toda busca de Deus e de Sua santidade é dolorosa, paga-se o preço. É frustrante porque sabemos quando começa, mas nunca sabemos quando termina, sabemos o que estamos perdendo, mas como Paulo disse, ainda não se manifestou a nós tudo que seremos e haveremos de receber por causa de Jesus e de Sua obra quando manifesta totalmente em nós. ( I Jo 3:2-3)

3. O diabo, astuta serpente, se meteu em uma grande “encrenca”. Para ele Jó era um fraco, mimado por Deus e por isso obediente. Deus foi um tolo, deixando Jó em suas mãos. Mas Deus sabia quem Jó era e o que poderia suportar. Deus foi exaltado, Jó cresceu e amadureceu em sua comunhão e o diabo saiu queimado, desbaratado, derrotado, desta história que pode ser a sua história.

4. A verdade do que foi exposto acima não alcança a toda criatura. Há aquelas que cinicamente fazem eco às palavras da esposa de Jó. Alguém já percebeu que ela não sofreu nada, que não foi tocada pelo mau. No entanto, qual o nome dela? Ela nada sofreu. Mas também não cresceu, não evoluiu, não ascendeu para uma posição mais elevada diante do Pai. Não foi tocada pela dor, mas seu nome para sempre foi esquecido, sua espiritualidade limitada, material do tipo “amo porque me dá” pereceu com ela, “amo porque vivo numa redoma”.

5. Uma coisa é saber que Deus pode, outra é saber que Ele pode fazer ou não segundo aquilo que ele quer de mim, onde quer me levar na subida espiritual à imagem e semelhança do Pai. Quando fizemos nossa profissão de fé, em nosso eterno “sim” a Deus, declaramos que Ele pode mudar qualquer coisa, tocar em nossas vidas onde quiser para formar Cristo em nós.

Essa postura da mulher de Jó “amaldiçoa teu Deus e morre” ou por outra...”não estou nem aí”  “se Deus me der ou fizer por mim, não faz mais do que Sua obrigação” se não me der, bem..”se não liga para mim, também não ligo para Ele”. É o retrato do mundo, não acha?

Há no mundo muita filosofia.
Os budistas pregam que devemos ter diante da vida uma ausência de desejos, assim se não acontece não sofremos. Mas não esperar nada de Deus não é “diminuí-lo”? Eles parecem não sofrer porque nada esperam, tudo aceitam. Vivem isolados dentro de seus próprios casulos espirituais, buscando alcançar uma perfeição que só Deus pode dar. Isolacionismo puro.

Conclusão

Deus olha para o homem, não como um simples brinquedo, os acontecimentos de nossa vida são acompanhados por Deus, ele leva a sério nossos sentimentos, e até mesmo nossas fraquezas. Estamos debaixo de seu olhar atento, mesmo nos momentos maus.

Deus quer fazer em nós pessoas melhores parecidos com Cristo, não para seu bel prazer, mas cada vez que nos aproximamos do caráter de Cristo melhor para nossas vidas. Mesmo na prova Deus tem o melhor para os seus.

A mulher de Jó passa pela vida, sem marcas, sem nenhuma, nem mesmo as de Cristo.   

Você não deseja hoje receber a marca de Cristo? Entregue-se a Ele.

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